Uso interno

Dosagem recomendada: 25mg a 100mg /dia.

Propriedades

Os hipoglicemiantes orais são medicamentos que provocam uma diminuição da glicemia plasmática por diferentes mecanismos de ação dependendo de sua classe. Dessa forma, são largamente utilizados no manejo do Diabetes Melitus Tipo 2. Permitem seu controle e evitam complicações inerentes a doença (Consenso Brasileiro Diabetes, 2002).

A Acarbose é capaz de inibir competitivamente as enzimas alfa-glicosidases. Atua no intestino, onde retarda a digestão e a absorção dos carboidratos ingeridos na dieta; dessa forma, ameniza o aumento da glicose sanguínea que se segue a alimentação. Inibe também a alfa-amilase pancreática, que é responsável pela hidrólise do amido para oligossacarídeos no lúmen do intestino delgado.

Este medicamento é considerado como um tratamento de primeira linha para pacientes recém diagnosticados com DM2, ou seja, aqueles que têm altos níveis de glicose pós-prandial no sangue. Este ativo reduz a glicemia quando administrado como monoterapia ou em combinação com outros fármacos antidiabéticos orais.

Além disso, a Acarbose também reduz de forma confiável os níveis de hemoglobina glicada (HbA1c) e aumenta a sensibilidade à insulina; A hemoglobina glicada (HbA1C), é um diagnóstico fundamental na identificação de altos níveis de glicemia durante períodos prolongados. Em pacientes com DM2, o risco de complicações está associado ao estado hiperglicêmico prévio. Portanto qualquer redução nos níveis da HbA1C promove diminuição nos riscos de complicações microvasculares, de morte associada ao diabetes e de morte por qualquer outra causa (Stratton et al., 2000 Chiasson et al., 2003; Hanefeld et al., 2004).

Indicações

  • Obesidade;
  • Resistência à insulina;
  • Diminuição da intolerância à glicose (IG):estágio pré-diabético e importante fator de risco para aterosclerose;
  • Em casos de glicemia de jejum próximo aos valores aceitáveis, porém HbA1c aumentada;
  • Hiperglicemia pós-prandial;
  • Hipoglicemiante oral para DM2.

Contraindicações

Hipersensibilidade à acarbose e/ou a excipientes da fórmula.

Distúrbios intestinais crônicos associados a alterações bem definidas de digestão e absorção.

Estados que podem piorar em decorrência do aumento da formação de gases no intestino (por exemplo,

Síndrome de Roemheld, hérnias importantes, obstruções intestinais e úlceras intestinais).

Acarbose é contraindicado em pacientes com insuficiência renal grave (clearance de creatinina < 25 mL/min).

Advertências

Podem ocorrer elevações assintomáticas das enzimas hepáticas em casos isolados.
Portanto, deve-se considerar o monitoramento das enzimas hepáticas durante os primeiros 6 a 12 meses de tratamento. Nos casos avaliados, estas alterações foram reversíveis com a suspensão do tratamento com Acarbose.

A segurança e eficácia do medicamento em pacientes com idade abaixo de 18 anos não estão estabelecidas nas literaturas.

Acarbose não deve ser administrado durante a gestação, uma vez que não há informações disponíveis de estudos clínicos controlados sobre seu uso em mulheres grávidas.

É recomendável não prescrever Acarbose durante o período de amamentação. Categoria B – “Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Referências

  1. Jean-Louis Chiasson, MD; Robert G. Josse, MBBS; Ramon Gomis, MD; Markolf Hanefeld, DSC; Avraham Karasik, MD; Markku Laakso, Acarbose Treatment and the Risk of Cardiovascular Disease and Hypertension in Patients With Impaired Glucose ToleranceThe STOP-NIDDM Trial. JAMA. ;290(4):486-494. 2003.
  2. Saboo, Banshi et al., behalf of GLOBE Investigators. “Effectiveness and Safety of Fixed Dose Combination of Acarbose/metformin in Indian Type 2 Diabetes Patients: Results from Observational GLOBE Study.” Indian Journal of Endocrinology and Metabolism 19.1 (2015): 129–135. PMC. Web. 10 Feb. 2015.
  3. SBD: http://www.diabetes.org.br/ Stratton IM, Adler AI, Neil HA, Matthews DR, Manley SE, Cull CA, et al. Association of glycaemia with macrovascular and microvascular complications of type 2 diabetes (UKPDS 35): prospective observational study. BMJ;321:405-12. 2000.
  4. Consenso Brasileiro Sobre Diabetes – 2002 http://www.anad.org.br/institucional/hipoglicemiantes_orais.asp