Uso interno/externo

Dosagem recomendada: Oral: 10 a 2500mcg /dia. / Externo: 5000 a 100.000UI para cada 100g.

Propriedades

O termo vitamina D engloba um grupo de moléculas secosteróides derivadas do 7- deidrocolesterol (7-DHC) interligadas através de uma cascata de reações fotolíticas e enzimáticas que acontecem em células de diferentes tecidos. À vitamina D3 é primariamente atribuído o papel de importante regulador da fisiologia osteomineral, em especial do metabolismo do cálcio. Entretanto, ela também está envolvida na homeostase de vários outros processos celulares, entre eles a síntese de antibióticos naturais pelas células de defesa dos mamíferos, modulação da autoimunidade e síntese de interleucinas inflamatórias, e como participa da regulação dos processos de multiplicação e diferenciação celular, é atribuído também a ela papel antioncogênico. Uma série de avaliações epidemiológicas mostra que uma significativa parcela da população mundial apresenta baixos níveis de vitamina D3. Nos seres humanos, apenas 10 a 20% da vitamina D3 necessária à adequada função do organismo provém da dieta. Ela pode ser obtida provinda de alimentos de origem animal como peixes gordurosos (por exemplo atum e salmão) e de origem vegetal através de fungos comestíveis (cogumelos). Dados relevantes informam que a maior parcela dos indivíduos obtém a vitamina D3 mediante sua própria exposição à luz solar, por conseguinte, mais do que através da alimentação. À fim de produzi-la, basta a exposição às radiações ultravioleta naturais ou artificiais. O tempo de exposição e a proporção do corpo exposto necessários para uma adequada síntese de vitamina D3 na pele são questões difíceis de serem definidas e não podem ser tituladas como regra geral, uma vez que dependem da latitude, estação do ano, cor da pele, hábitos alimentares, vestimentas e determinação genética de cada indivíduo. Uma vez incorporada ao organismo, seja através dos alimentos naturais ou sob a forma de suplementos, faz-se necessário manter a vitamina D em suspensão no intestino delgado proximal, para que possa ser absorvida. Por ser lipossolúvel, depende da formação de micelas para permanecer suspensa no meio aquoso do lúmen intestinal e ser absorvida. Esta possibilidade é assegurada mediante sua conjugação com os sais biliares, tal como acontece com os lipídios em geral. As ações mais importantes da vitamina D são a regulação e a manutenção dos níveis plasmáticos de cálcio e fósforo, aumentando a captação intestinal, minimizando a perda renal e estimulando a reabsorção óssea, quando necessário. Na célula muscular esquelética, a vitamina D atua através do mecanismo clássico de ligação a um receptor nuclear e de ligação a um receptor de membrana, realizando ações que envolvem o transporte de cálcio, a síntese proteica e a velocidade de contração muscular.

Indicações

  • Hipocalcemias;
  • Deficiência ou resistência à vitamina D;
  • Hipovitaminose D;
  • Raquitismo;
  • Osteomalácia;
  • Hipofosfatemia;
  • Osteoporose.

Contraindicações

Hipervitaminoses, hipercalcemia ou osteodistrofia renal com hiperfosfatemia.

Pacientes com arteriosclerose, insuficiência cardíaca, hiperfosfatemia e insuficiência renal devem receber orientação médica para avaliar o uso da vitamina D3.

Advertências

Como consequência das altas doses de vitamina D constata-se elevadas concentrações do cálcio sérico e desmineralização óssea com subsequente fragilidade destas estruturas mineralizadas, além da formação de cálculos renais. Este fenômeno é decorrente da ativação da vitamina D3 em virtude da administração de doses desnecessárias, implicando no aumento da concentração plasmática de cálcio, paralelamente a uma maior absorção intestinal e maior liberação desse íon pelos ossos. O cálcio pode depositar-se em todo o corpo, sobretudo nos rins, onde pode causar uma lesão permanente. A função renal torna-se deficiente, implicando na excreção de proteínas pela urina e consequente elevação plasmática da concentração de ureia. Como sintomas de intoxicação, constatam-se também: inapetência, náuseas, vômitos, aumento da micção, fraqueza, nervosismo, hipertensão arterial, sede, prurido cutâneo e até mesmo insuficiência renal.

Referências

  1. Barral et al. Vitamina D: Uma abordagem molecular. Pesp Bras Odontoped ClinIntegr, João Pessoa, 7(3): 309-315. 2007.
  2. Castro LCG. O sistema endocrinológico da vitamina D. Arq Bras Endocrinol Metab,55/8: 566-575. 2011.